segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cantiga de despedida nº 1

Nunca é tarde para se correr ao calvário...

Era um dia normal apenas.
Felicidades bobas
vendidas em garrafas. Amenidades,
fumo, bebidas, pessoas vazias
todas presas num lugar lotado.
Tudo era como sempre foi.
Eu mesmo era o mesmo de uma
semana atrás. Tudo parecia tão igual
e sem novidade. Tudo era igual
e sem novidade!

Um dia a mais
e eu poderia viver o mundo novo contigo!
Uma vida a mais
ainda seria pouco para cumprir nosso destino...


Não vivi até te encontrar.
Como hei de querer sem ti ficar!
Teu rosto cálido,
tua voz calma, teu jeito puro,
beleza incógnita,
voz, bela voz que rompeu
o silêncio de meus sentimentos.
Uma eternidade a mais ainda seria
pouco para te amar!


Como consegui viver tanto tempo sem ti?
Uma eternidade contigo não cabe no tic-tac do relógio,
não cabe na existência do Universo...


Meu Boudelaire solitário,
minha mais bela negra flor,
meu anjinho,
como viverei sem teu amor?
Meu anjinho,
meu doce anjinho,
como tive coragem de existir sem ti...


Um dia a mais apenas,
apenas mais um dia,
para que toda minha alegria
possa morrer numa viagem....


Um dia a menos para contigo estar...
Um dia a mais para te amar na esperança do futuro, 
já que o presente não nos quer ajudar...

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