domingo, 4 de setembro de 2011

Sem crucificação não há perdão


Oh j'veux ton coeur, mon amour...

Amar é buscar morrer por nada,
temer a terrível e própria solidão,
se iludindo c'uma pessoa criada
por nossa própria falta de auto-paixão.

Eu vou matar teu rosto no calvário do pecado.
Eu vou dançar na tua cara e na tua lembrança,
como se tudo fosse permitido e fosse celebrado,
que viver te amando não me é bonança!
Eu vou tomar o que eu ainda tenha na mente
e vou jogar aos leões de Israel, não ligando
se quem vai morrer sou eu ou tu somente,
porque cansei de te olhar algo desejando.
Amar vai me matar!
De amor vou morrer,
mas, assim, tua lembrança,
ao menos, vai minguar!

Nós não fomos algo memorável, amor.
E com isso eu me agarro e penso que vivo
como se eu mesmo tivesse matado Rousseau,
depois de ter me internado num hospício.

Eu vou matar ton coeur no calvário de Stalingrado.
Hei de dançar na tua cara e em ti não ter confiança,
como se tudo fosse permitido e fosse anunciado,
que viver nesta bosta não me é bonança!
Eu vou tornar o que eu ainda lembro que fui
e vou jogar aos leões de Israel, não ligando
se quem vai morrer sou eu ou se de novo Jesus,
porque cansei de te olhar algo, terrível e maldito anjo!
Amar vai me matar!
De amor vou morrer,
mas, assim, tua lembrança,
ao menos, vai minguar!

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