terça-feira, 11 de setembro de 2012

E Por Um Pássaro Foi Ele Se Apaixonar


Ele se encantou com
um belo pássaro que por aqui passou.
Na noite eles dançaram
e fizeram poemas e cânticos quando em voo.

O vento frio da Lua desceu ao mar
e fez o tempo por entre eles passar.
O tempo quente do verão disseminou centelhas
por entre os campos do campo, que agora verdeja.

Ele se pegou amando
um belo colibri que o tempo beijou.
Na noite de Todos os Santos
o rapaz beijá-lo também intentou.

Lá bem longe onde o Amor pode safer ninho,
eu sinto que eles voaram e fizeram um caminho
que apenas a folha lépidas pode o rastro sentir,
apenas ela sabe para onde eles foram fugir.

Na alcova seminal da tola
certeza de que tudo vai ser eterno,
eles foram criar esperanças
de um amor puro e sempre singelo.

O rapaz e o pássaro sentiram a noite esvaecer
os sentidos das nuvens e notaram o sol crescer
por entre as copas desnudas das serras grandes,
notaram e viram a mariposa áurea lampejante.

Sob o som de uma viola,
sob o olhar do silvícola pagão,
o amor do rapaz e do pássaro
se revela cada vez mais fugaz e vão.
Voando para longe a ave
se refugia em alguma nova certeza.
Deitado no colo de outrem
o rapaz já nota outras belezas.

Rapazes voam longe sem saber
que pássaros podem voar mais.
Aves voam e danças ao sabor do ar
sem saber que rapazes sempre querem mais.


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