terça-feira, 9 de outubro de 2012

O PsicoEu



Psicotrópicos
em copos, em copos.
Vozes do ócio
sem foco in loco.

Não há psiquiatra que me cure
de mim mesmo.
Não há terapia que suture
o arranhão a fresco.
Nenhum estranho pode me tocar
sem eu consentir.
Nem eu mesmo sei me amar
depois que me perdi.

Tomo psicanálise
e nem me fale
de Anna ou de Freud -
assim você me f%$#!!

Não há quem possa entender o que quero
nem eu sei o que vem a ser.
Não sou palatável nem flor de cheiro dileto
nem é de meu feitio tal pretender.
Meninas certas podem viver com rapazes
mais safadinhos.
Eu sei de meus desejos terríveis e vorazes
e como a vida sozinho.

Não há nada que você possa me dar
ou devolver,
mas se você por aí me encontrar
beije-me pra valer.
Me deixe longe.
Me deixe viver
onde
eu possa eu mesmo ser.




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