terça-feira, 23 de julho de 2013

Retalhos Na Parede Picotada




Eu picotei fotos antigas
e as colei na parede.
Eu cortei pedaços de mim,
trejeitos perdidos,
amores comprados e outros
brinquedos de não sei o quê
e colei, colei na porta de entrada.
Eu vendi minha alma para tentar ficar mais limpo de mim,
tentei cortar os pulsos mas não saiu sangue ao fim.

Ela tocou os ombros e disse
algo que não consigo
entender o motivo certo,
mas ela deixou um passado
e foi embora sem dizer adeus,
deixou tudo aqui e foi embora
bem quando eu ia dizer que...
Eu vendi minha alma para amenizar os sofrimentos vãos,
mas todo sentimento é tolo, é parco, do amor à paixão.

Ela roubou minha alma e foi embora!
Ó ela fez isso comigo, e não importa
mais o que eu faça agora,
porque ela levou, ela levou, ela levou
minha alma embora agora, e não importa
o que eu diga, o que eu conte a mais -
não importa!

Eu acreditei no que ele me disse.
Deixei que colasse coisas em mim,
mas ninguém nunca sabe o que será.
Ele tomou minha cola e colou algo
estranho na porta da minha casa.
Eu tentei tomar de volta tudo o que perdi,
mas ele foi embora com ela antes de...
Eu vi coisas caírem então e eu não calei a boca, não,
mas na profundeza de minha luz, sempre escuridão.

Ela me disse coisas de amor
e de beleza e eu a vi pela janela,
mas qual caminho tomar? Qual?
Eu queria saber onde perdi
minha alma, onde perdi a calma?
Ó eu sei que ela levou consigo
toda forma de paz e de leveza em...
Ó e eu vendi minha alma para comprar um novo telefone,
mas minha conta não aceitou, ela não estava nem no meu nome.

Profundamente, dentro das portas,
ninguém sabe ao certo que caminho tomar.
Será que eu terei como tocar
as coisas que tu quebraste quando saiu?
Eu queria tomar tudo de volta,
mas eu deixo partir com as portas, com as portas...

Nenhum comentário:

Postar um comentário